Quero falar sobre a liberdade a que Cristo nos chamou. Não simplesmente a liberdade do pecado que nos prende com seus enganos, que nos faziam "sentir bem", quando outrora éramos pecadores.
Mas, agora, que já passamos pelo novo nascimento e somos uma nova criatura, somos livres de toda e qualquer forma de prisão.
Precisamos aprender a aceitar o nosso próximo assim como Jesus nos aceita e nos ama. Ele primeiro nos acolhe para depois nos transformar, mas, muitas vezes, queremos primeiro transformar as pessoas para depois recebê-las.
Deus nos criou de formas diferentes, como também fez cada milagre de maneira diferente, exatamente para não o enquadrarmos nem mesmo rotulá-lo. Ele é o grande EU SOU. Ele decidiu nos fazer diferentes, com opiniões e gostos diferentes, mas Ele nos ama de igual modo, sem acepção de pessoas (At 10.34).
Deus não fez nada por atacado. Ele cuidou de todos os detalhes da criação com esmero, pessoalmente.
Somos diferentes, a natureza é diferente. Por isso, quando olhamos para ela, cada um terá a sua visão, de acordo com o seu gosto. Sempre terá alguém que goste mais de uma coisa do que outra. Uns gostam de leões, outros de zebra, outros de girafa, alguns de praia, outros de fazenda e assim por diante.
Qual será a nossa dificuldade em aceitar o diferente? Ela está no fato de que aprendemos a gostar daquilo que nos é familiar, mas em Deus somos novas criaturas (2Co 5.17). E foi Ele que criou todas as coisas, com todas as suas formas, nuances, tamanhos, cheiros. Por isso, precisamos nos abrir para aceitarmos as nossas diferenças
Somos Corpo
Em Deus não existe esse padrão ideal. Para nós, seres humanos, ele existe, mas não para Deus, pois só Ele conhece o coração do homem e pode sondá-lo. Imagine se os dois cegos se encontrassem um dia e, conversando, descobrissem que foram curados pelo mesmo homem, chamado Jesus. Um diria para o outro:
Como você foi curado? Ah! Jesus perguntou o que eu queria que Ele me fizesse. Eu disse que desejava voltar a ver, e assim aconteceu o milagre. E com você?
Comigo foi diferente! Ele cuspiu no chão, fez um barrinho e o colocou sobre os meus olhos. Depois me perguntou se eu estava enxergando. Eu respondi que via vultos em forma de árvores, então Ele fez de novo, e eu passei a enxergar perfeitamente.
Qual deles foi curado? Os dois, porém de maneiras completamente diferentes. Acredito que Jesus agiu assim para sempre nos lembrarmos de que Deus é Deus e que Ele faz quando quer, da maneira como quer. Por isso não mais julguemos uns aos outros, afinal não sabemos exatamente a obra que Deus está fazendo na vida do nosso próximo. Deixemos Deus ser Deus e cuidar dos seus filhos à sua maneira. Com certeza, Ele é excelentemente melhor do que nós.
Muitas vezes nos preocupamos em excesso com a aparência e nos esquecemos do que realmente importa para Deus: um coração quebrantado e humilde na sua presença. O fato de usarmos cabelos coloridos ou não, não faz diferença, mas sim o que está no nosso interior. Lembremos dos sepulcros caiados do lado de fora, tudo branquinho e limpo, mas por dentro, podridão e morte (Mt 23.27).
Que a nossa vida possa refletir o que está dentro de nós. A beleza do Evangelho refletida em nossas ações, no nosso dia-a-dia, como uma referência para um mundo cheio de palavras e conhecimentos, mas carente de sentir o amor de Deus. O amor genuíno, que fez com que Jesus derramasse o seu sangue na cruz, sendo nós ainda pecadores.
Então, queridos, estamos todos debaixo da mesma graça, por isso, deixemos de julgar e comecemos a amar verdadeiramente o nosso próximo, porque foi por ele também que Jesus morreu.
Amai, porém, os vossos inimigos; fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. (Lc 6.35-37.)
Kátia Gonzalez
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