Lição 5 - Um Inimigo que Precisa Ser Resistido
1º Trimestre de 2019
1º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
INTRODUÇÃO
I. Falar a respeito dos destinatários, conteúdo e tema da epístola;
II. Refletir a respeito dos deleites da vida;
III. Conscientizar que devemos resistir o Inimigo.
INTRODUÇÃO
I – A EPÍSTOLA DE TIAGO
II – OS DELEITES DA VIDA
III – RESISTINDO AO INIMIGO
IV – OS PORQUEIROS
CONCLUSÃOII – OS DELEITES DA VIDA
III – RESISTINDO AO INIMIGO
IV – OS PORQUEIROS
OBJETIVOS GERAL
Estabelecer a perspectiva bíblica de resistência ao Diabo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
II. Refletir a respeito dos deleites da vida;
III. Conscientizar que devemos resistir o Inimigo.
UM INIMIGO QUE PRECISA SER RESISTIDO
Esequias Soares
Daniele Soares
Daniele Soares
LIVRO BATALHA ESPIRITUAL
Nós, crentes em Jesus, vivemos uma luta contínua contra o
pecado, em vigilância constante, pois existe um inimigo externo ao qual
precisamos resistir, que é o próprio diabo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus;
resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). O outro inimigo é
interno, ou seja, a carne: "Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito,
contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que
quereis" (Gl 5.16, 17). O ensino do Senhor Jesus e dos seus apóstolos
enfoca o tema com frequência. E, Tiago, o primeiro pastor da Igreja de
Jerusalém, já via desde muito cedo a necessidade de os crentes resistirem aos
inimigos externo e interno.
RESISTINDO O INIMIGO
O capítulo 4 deste livro apresenta um estudo sobre a origem,
a natureza e as ações de Satanás e seus correligionários, os demônios, de modo
que não há necessidade de descrevê-los aqui. O objetivo deste capítulo é
mostrar e explicar como resistir o diabo para que ele se afaste cada vez mais
de nós. O Senhor Jesus provou na tentação do deserto que o diabo não é
invencível, desde que se resista a ele com a Palavra de Deus. Veja que Jesus
resistiu às três últimas investidas do diabo no deserto com um "está
escrito" que não deu chance alguma ao Maligno, de modo que "o diabo o
deixou" (Mt 4.11). O relato de Lucas afirma que o diabo se ausentou de
Jesus temporariamente: "E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se
dele por algum tempo" (Lc 4.13). Quando os crentes se revestem do Senhor Jesus
e da força do seu poder contra as astutas ciladas do diabo (Ef 6.10, 11), devem
depois de tudo isso "ficar firmes" (v. 13). Isso porque o diabo volta
a atacar. Mesmo depois de derrotado no deserto, o diabo continuou insistindo; o
Novo Testamento conta que Jesus foi tentado não somente nos quarenta dias
imediatamente após o batismo no rio Jordão, mas durante todos os dias do seu
ministério (Lc 22.28; Hb 4.15). Isso mostra que Satanás é persistente no
ataque, e na vida cristã não é diferente. O fato de ele fugir de nós pela nossa
resistência não significa que a vitória seja definitiva, por essa razão devemos
estar atentos em todo o tempo.
A primeira parte do capítulo 4 de Tiago apresenta uma lista
de comportamentos que devem estar longe da vida cristã. São as paixões resumidas
em quatro categorias: 1) contenda entre irmãos, 2) mundanismo, 3) insubmissão a
Deus e 4) maledicência.
CONTRA A CONTENDA
Tiago revela haver um clima de contenda no seio da Igreja nos
primeiros anos de sua história. Da lista das seis coisas com as quais Deus se
aborrece, há o acréscimo de uma sétima que Deus abomina: é o que semeia
contenda entre os irmãos (Pv 6.17-19). Se a epístola de Tiago foi dirigida
especificamente aos primeiros cristãos de origem judaica dispersos pelo vasto
império romano, como parece indicar a introdução da carta (Tg 1.1), esses
irmãos judeus deviam conhecer essa passagem do livro de Provérbios. Além do
mais, os dois maiores mandamentos - amar a Deus acima de todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40; Mc 12.29-31) - eram conhecidos das
igrejas. Jesus disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão
chamados filhos de Deus" (Mt 5.9).
O pecado da contenda consiste em intriga, confusão, e em
jogar um contra o outro criando um ambiente ruim. Tiago emprega metaforicamente
a expressão guerras e pelejas: "Donde vêm as guerras e pelejas entre
vós?" (Tg 4.1). É uma linguagem tão pesada que há até quem afirme, como
Adam Clarke, que essas guerras e pelejas sejam uma referência às disputas
internas que havia entre os judeus de Jerusalém nos levantes contra Roma. A
população da Judeia estava dividida nessa época sobre a luta pela libertação do
poder romano. A expressão "entre vós" não diz respeito à população em
geral da Judeia, mas especificamente aos crentes.
Qual a fonte dessas contendas? Tiago responde: os maus
desejos, "os vossos deleites" (v. lb), ou seja, o hedonismo, a
cultura do prazer que se originou na filosofia epicurista, fundada por Epicuro,
de onde vem o nome (321 -270 a.C.). Os epicuristas estavam muito em voga entre
os romanos na era apostólica, o apóstolo Paulo discursou para eles juntamente
com os estoicos no areópago, em Atenas (At 17.18). O termo
"hedonismo", he- doné, em grego, aparece cinco vezes no Novo
Testamento, para descrever deleites ou prazeres ilícitos (Lc 8.14; Tt 3.3; Tg
4.1,3; 2 Pe 2.13). Era essa a fonte das contendas e cujos resultados eram
cobiças, invejas, disputas e fracassos, pois o pedido deles não era atendido,
uma vez que o problema estava na motivação: "para o gastardes em vossos
deleites" [hedonais] (Tg 4.3).
CONTRA O MUNDANISMO
Tiago chama esses crentes de "adúlteros e
adúlteras", seguindo a linguagem metafórica muito comum no Antigo
Testamento para indicar a infidelidade dos israelitas ao seu Deus e descrever a
apostasia de Israel (Ez 16.20-22; 23.3-5; Os 2.2-8). Omundanismo envolve a
infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão; é chamado na Bíblia de
adultério, prostituição e fornicação espiritual (Jr 3.8; Ez 16.32; Ap 2.20). Ao
exortar contra o adultério espiritual, Tiago associa esse desvio ao mundanismo.
As palavras gregas para "mundo”, no Novo Testamento, são
kosmos e aion. Ambas significam o mundo físico: "Vós sois a
luz do mundo [/cosmos]" (Mt 5.13). "Pela fé entendemos que os mundos [aion]
pela Palavra de Deus foram criados" (Hb 1.3), e também o pecado:
"a amizade do mundo [kosmos] é inimizade contra Deus" (Tg
4.4). O substantivo grego aion tem o sentido de "sistema de cousa,
século". Aparece para "deus deste século" (2 Co 4.4). A palavra
"mundo" (Rm 12.2) é aion e refere-se ao pecado. A expressão
"não vos conformeis com este mundo" significa que não devemos nos
amoldar ao pecado. A transformação de nossa mente e de nosso interior é pelo
Espírito Santo (2 Co 3.18), e isso repele o modelo mundano pecaminoso.
Nenhum crente contesta o fato de a Bíblia condenar o mun-
danismo. Isso é ponto inquestionável. Embora a palavra "munda- nismo"
não seja encontrada na Bíblia, seu conceito o é. Refere-se a tudo aquilo que
desagrada a Deus (Tg 4.4; 1 Jo 2.15, 16). O conceito de mundanismo, nos dias
dos apóstolos, consistia nos teatros, nos jogos e na devassidão (ELWELL, vol.
II, 1988, p. 597).
Entre as várias modalidades de teatro, havia entre os romanos
o nudatio mimarum, "desnudamento das mimas", com gesto mímico
da expressão corporal e da dança. Como o nome já diz, as bailarinas se
apresentavam desnudas. Os jogos romanos eram demais violentos para a piedade
cristã. Não somente as lutas de gladiadores, mas também as corridas de cavalos,
sempre terminavam com mortes. As olimpíadas daqueles dias eram uma festa pagã,
em homenagem a Zeus, principal divindade grega, que, segundo a mitologia grega,
habitava no Olimpo. Além disso, seus atletas participavam desses jogos
completamente desnudos, por isso os rabinos protestavam veementemente contra a
participação dos judeus nesses eventos.
A devassidão fazia parte da cultura greco-latina. Devassidão
é libertinagem, licenciosidade, depravação de costumes. A ARC traduz o
substantivo grego pornoi, plural de pómos, "prostituto,
fornicador", por "devassos". O apóstolo Paulo combateu a
devassidão: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os
adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os
avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
Reino de Deus" (1 Co 6.10).
O conceito de mundanismo é o mesmo ainda hoje; não mudou. A
diferença é estar mais ampliado. Segundo a Bíblia de Estudo
Pentecostal, Satanás apresenta uma ideia mundana de moralidade,
"das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação,
ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de
massa, esporte, agricultura etc., para opor-se a Deus e ao seu povo, à sua
Palavra e aos seus padrões de retidão". Tudo isso deve ser analisado à luz
de seu contexto. Não é pecado ser médico, nem é pecado o crente estudar
medicina. O diabo, porém, pode usar, como tem feito, a medicina para destruir
os valores cristãos: prática do aborto e da eutanásia, por exemplo; a ciência,
para o ateísmo; a música, para o sensualismo. O mesmo pode acontecer na
política, nos sistemas econômicos e outros, mas nem por isso a Bíblia condena
alguém por ser músico, cientista, político ou empresário. Tudo depende do
contexto e da finalidade.
CONTRA AINSUBMISSÃO A DEUS
Tiago denuncia um clima de insubmissão a Deus e exorta os
crentes dizendo que "Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos
humildes Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós" (Tg 4.6, 7). O soberbo é o arrogante, orgulhoso (Lc 1.51; 2 Tm 3.2).
O termo grego é hyperéphanos, literalmente, "estar acima dos
demais". O soberbo é aquele que se considera acima dos outros, e Deus
resiste a esse tipo de pessoa. Essa passagem é uma citação da Septuaginta (Pv
3.34). O apóstolo Pedro exorta também os seus leitores nesse sentido (1 Pe
5.5). O verbo grego para "submissão" em "sujeitai-vos a
Deus" é hy- potasso, "sujeitar, estar em sujeição", que
vem da preposição, hypó, "sob", e do verbo tasso, "ordenar".
O substantivo, hypotage, de hypotasso, significa "submissão,
subordinação, obediência" (2 Co 9.13). Hypotasso é usado para
traduzir cerca de dez verbos hebraicos na Septuaginta. Trata-se de um
termo originalmente militar e aparece com frequência em referência à
subordinação política (Sl 47.4). Mas, às vezes, essa sujeição pode ser
voluntária (1 Cr 29.24), e no Novo Testamento aparece também como submissão
voluntária e recíproca (Lc 2.51; Cl 3.18). Submissão significa obediência.
Quem se humilha diante de Deus reconhece as suas debilida-
des e fraquezas e passa depender cada vez mais de Deus. Desse modo, o crente se
achega a Deus e Deus se achega ao crente, que, sob os domínios do Espírito,
passa a ter uma vida transformada; mãos limpas fala de purificação e
santificação (Sl 24.4; 1 Pe 1.22). Os de "duplo ânimo", os crentes
indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8),
reconhecem que não é possível servir a dois senhores (Mt 6.24). Lamentar as
misérias e chorar, converter riso em pranto e gozo em tristeza, é reconhecer
seus próprios pecados. E, nessa submissão e humildade, Deus exalta os fiéis (Tg
4.8-10). Obediência, portanto, pode ser definida como prova suprema da nossa fé
em Deus e do nosso amor a ele.
CONTRA A MALEDICÊNCIA
O outro problema que precisa ser eliminado é a maledicência.-
"Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal dum irmão, ou
julga a seu irmão, fala contra a Lei, e julga a Lei; mas se julgas a Lei, não
és mais observador da Lei, mas juiz" (Tg 4.11). Essa exortação refere-se
ao cuidado do crente com o uso da língua. Tiago reconhece a fragilidade humana
e afirma que todos nós tropeçamos na palavra (Tg 3.1-12). A Bíblia diz que não
há ser humano que não peque (1 Rs 8.46; Ec 7.20); esse pensamento é ensinado no
Novo Testamento (1 Jo 1.8-2.2). Mas o termo grego para "falar mal" é katalaleo,
"falar mal de, falar contra, injuriar, caluniar"; não se trata de
mera fofoca ou fuxico, mas de difamação. Esse verbo só aparece três vezes no
Novo Testamento, e as outras duas vezes se referem às calúnias dos incrédulos
contra a os crentes (1 Pe 2.2; 3.16). Trata-se de uma prática que em nada
combina com a vida cristã.
Note que se fala com muita frequência entre as pessoas não
evangélicas sobre os sete pecados capitais. O que isso significa? Foi um monge
místico de vida austera, chamado Evágrio Pôntico (345-399), que criou um
catálogo de oito pensamentos ruins, ou dos demônios: gula, luxúria, amor ao
dinheiro, cólera, melancolia, acédia, vangloria e orgulho. Essa lista foi
adaptada posteriormente pelo papa Gregório Margo (540-604), que substituiu
acédia por preguiça, melancolia por inveja e vangloria por orgulho. Essa lista
dos hoje conhecidos como sete pecados capitais é mais conhecida pelo público
secular e pelos católicos. Não é uma lista bíblica, mas todos nós sabemos que
cada vício ou pecado nela constante é de fato condenado nas Escrituras
Sagradas. Evágrio e muitos outros antigos se dedicaram longamente à tática do
combate contra a tentação: "O objetivo dessa lista é, não servir para o
exame de consciência antes da confissão, como é o caso em geral na tradição
ocidental, mas dar meios de combater espiritualmente cada um desses
vícios" (WILLIAMS, 2004, p. 1369).
São informações adicionais para os irmãos que, com certeza,
já ouviram falar dos "sete pecados capitais" e talvez não saibam o
significado ou a origem disso. Nós temos o Espírito Santo que nos guia em todas
as coisas 0o 14.16,17) e não necessitamos de tabelinhas para nos manter em
comunhão com o Senhor Jesus.
O TRATO COM AS OUTRAS PESSOAS E A BATALHA ESPIRITUAL
A batalha espiritual é uma
realidade. A luta de todo aquele que serve ao Senhor Deus é contra o pecado,
que pode ser uma tentação do diabo ou da própria carne. Muitas vezes, o desafio
surge no modo como tratamos os irmãos e as irmãs, daí a necessidade de prestar
atenção para apresentar diante de Deus todas as coisas, inclusive nosso
comportamento. A contenda entre irmãos, o mundanismo, a insubmissão a Deus e a
maledicência são alguns aspectos que devem estar sob vigilância na batalha.
Devemos, portanto, nos colocar na presença de Deus a fim de resistir a esses
inimigos.
Videoaula - pastor Esequias Soares
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